Luís Soares, artista multidisciplinar, é um criador explosivo, experiencial, com uma grande força energética que comunica a sua sensualidade em todas as disciplinas em que trabalha. Luís Soares, aliás, é um criador absolutamente dedicado à sua tarefa de investigador e experimentador nato, livre de tendências, autodidata, de livre formação, nascido no continente africano, artista universal, viajante incansável, possuidor de uma ingenuidade que permite que ele penetre na alma pura em todos os tipos de experimentos e situações.As suas tapeçarias e azulejos são peculiares. O resultado são obras absolutamente diferentes, que vão do expressionismo à abordagem pós-cubista, da pura realidade distorcida ao flerte com a abstração. Desenhos que mostram uma combinação de motivos e origens: inspiração africana no animismo das figuras e na sua engenhosidade de abordagens e olhares e incidência do caráter mediterrâneo, elaborado, diferente, sensual, refinado, em que se denota um desejo de progresso e de influenciar os aspetos procurados da vida. Trabalho fresco, direto e pessoal. Produto de seu caráter absolutamente independente, amante da liberdade e da cor. A cor tratada como entidade, como personalidade, como ponto de vista de uma reconversão absoluta. Do mediterrâneo fenício ao conceito primitivista mais universal. Conecta-se com as vanguardas históricas, mas também com os primeiros abstratos europeus. Em suma, as tapeçarias e azulejos de Luís Soares são tremendamente viscerais, ingénuas no seu contexto mais íntimo, abstratas na sua definição, cubistas na forma, expressionistas na sua confeção, com a sua explosão de sugestões e tremendamente pessoais, pessoais e únicas. Luís Soares, um artista multidisciplinar, à margem das tendências, que procura a sua incidência nos mares desconhecidos da sabedoria universal, um renovador, lançando-os no universalismo, a partir de um sincretismo de culturas. Joan Lluis Montané AICA – Associação Internacional de Críticos de Arte